A rapariga ideal

Sinto muito pela minha vida  sempre ter mostrado mil e um formas de viver, e eu apenas acreditar em uma.
Sinto muito por não valorizar todas as vezes em que chorei e não consegui perceber que o problema era porque eu não era a rapariga ideal.
Eu pensei que poderia estar num altar recebendo flores, aplausos e felicitações, mas talvez eu nunca fui assim tão merecedora para isso.

Eu sinto muito por ter acreditado num beijo que tornou-se esquecido por não haver mais necessidade de preencher-me de amor.
Eu sinto muito por ter acreditado num conto de fadas que derretia o coração, e trazia toda calmaria para dentro da minha casa. 
Talvez acreditava no conto de fadas errado porque no meio disto tudo nunca acreditei em mim.
Nunca acreditei quando a minha mente disse-me para parar.
Nunca ouvi o meu coração gritar de desespero e dor pela minha essência afastar-se de mim.
Eu tinha medo, muito medo por saber que não era a rapariga ideal, por saber que todo o meu histórico levava-me a lugares de dor e uma certa solidão da qual já estava habituada.
Jogava os braços aos céus e desculpava-me por todos os incêndios que eu criei.
E por todas as vezes que eu pensei que podia encaixar em algo ou alguém, eu peço desculpa.
No fundo eu deveria saber o meu lugar.
Apenas quieta.

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