Sempre estive sozinha



Esperei pelo dia em que entraria em algum tipo de tratado de paz comigo própria.

Não seria possível se eu não voltasse a fechar-me em sete copas, foi mais como protecção de não voltar a iludir-me com coisas que não existiam.

Era demasiado doloroso viver sempre na expectativa do que na realidade.

Dava-me gosto de mentir a mim mesma, parecia que ao mesmo tempo estava alcoolizada por sentimentos e falas depreciativas .

Não havia mais beleza na minha vida se não pintasse o céu de arco-íris quando havia sempre uma tempestade por vir.

Debaixo dessa tempestade eu encontrava-me nua, não fazia questão de proteger-me, a verdade é que não sou melhor que ninguém, muito menos invencível.

Invencível demais para não prestar atenção aos meus limites.

Limites que podia ter excedido se o carro que eu guiava não desse sinais que algo poderia acontecer.

Até que eu capotei, a vida passava por mim, e eu estava aos gritos e num pranto pedindo algum ser celestial me desse um fim indolor.

Fui avisada tantas vezes para travar, mas eu continuava achar que era invencível.

Não sei que como sobrevivi, mas haviam danos por todos os lados.

As minhas noites foram uma busca por prazer e entendimento, e os meus dias tornaram-se vazios exatamente para eu poder aprender a minha lição porque eu nunca estive acompanhada naquele dia. 

Sempre estive sozinha.  

 

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