Viciante, cansativo e excitante

Questionava-me todos os dias se eu seria capaz de cuidar de ti, de amar-te.

Ou se eras merecedor da minha atenção, do meu aconchego ou de todas as vezes em que dediquei o meu tempo para estar mais um pouco por perto, mesmo que isso não significasse nada ao mundo que gira á nossa volta.

Por mais que fugisse do teu olhar era cada vez mais impossível escapar dele, eu estava demasiado dentro de ti, não conseguia evitar quando o teu olhar puxava toda a minha energia.

Nem sei dizer-te se isso é bom ou não.

Tinha a certeza que eu não queria que me visses como uma recordação. 

Eu estava mais que preparada para ser uma luz no teu caminho ou um motivo para manter-me aqui, viva.

Eu não consigo enxergar a escuridão que mora dentro de ti, eu só consigo enxergar pureza, visão e uma pessoa rara.

Não consigo viver com a ideia de perder-te porque não posso deixar isso acontecer, nem posso traçar mais um fracasso na minha vida.

Talvez isso acabou mesmo por acontecer e hoje estou sentada no mesmo lugar com mil pensamentos e emoções folheando um livro velho.

Continuo á procura de várias formas de não deixar a minha alma ressacar quando ainda vive um dos maiores demônios dentro de mim.

É letal, viciante e egoísta tentar entender o que fizeste comigo, o que provocaste em mim e o que retiraste de mim.

No início era excitante agora tudo tornou-se cansativo e desgastante por talvez querer sempre descodificar cada movimento teu, e cada vez que oiço a tua voz.

É desgastante, letal, viciante, egoísta, excitante e cansativo saber que ainda sugas a minha luz.