Destino infalível

 

No meu mundo perfeito existiam sorrisos, abraços, beijos calorosos, palavras confortantes e noites de amor demasiados boas para conseguir descrever.

Não consigo sonhar mais com esse mundo perfeito porque na verdade, não passava de um sonho em que eu queria flutuar, entregar-me aos céus e voar por aí sem hora para voltar para casa.

Era sonhos perfeitos que não passavam de sonhos...

Estava decidida que o amor não era para mim, eu não merecia um sentimento tão profundo, tão dado, tão intenso e tão seguro porque eu era completamente um puzzle de mil peças com peças em falta.

Acho que todas as minhas peças ficaram espalhadas por vidas que eu insisti em viver e não eram para mim talvez não merecia cada pedaço de história que carrego.

Estou com a impressão de que estou com o coração vazio, estou novamente a sonhar com aquele dia que estava sentada e que ao mesmo tempo sabia o que iria acontecer o que seria dito.

Carrego uma história de as coisas aconteceram repetidas vezes desde a primeira vez em que senti o que realmente é o abandono.

Talvez quando era um pequeno respiro, eu não tinha maturidade suficiente para entender que isso seria um ciclo vicioso, e com isso tornei-me fria e forte.

Comecei aceitar fazia parte do meu destino sentir-me pequena quando eu queria estar nas alturas, flutuando que nem uma ninfa.

Eu não fui feita para apegar-me ao amor, ou que seja, porque mesmo que dissesse que não esperava pelo abandono, ele estava traçado no meu caminho.

Não valia a pena chorar porque as lágrimas tinha secado, tinha chorado demais até não sentir mais nada, apenas sentir que eu tinha a mim própria, e tinha de estar grata por ter-me.

Penso que tinha de aceitar que da mesma forma que cheguei aqui sozinha, eu não estava sozinha.

Talvez estava sozinha aceitar as consequências da vida ou do bem dito karma.

Não tinha medo de questionar o óbvio porque do que me lembro esse foi o dia que morri por dentro, num silêncio profundo em que afundei essa angústia num lugar que até hoje ainda não encontrei.

Termino os ciclos habituada a olhar para trás com algum medo e confusão, mas determinada que esse seria o meu destino infalível.