Abelha da Sorte

Estava sentada naquele banco lendo um livro, com um dos meus vestidos favoritos.
Um midi vestido branco com alguns detalhes cozidos com desenhos de girassóis e abelhas.
Sem dar conta uma abelha pousou no meu livro, e foi a primeira vez que não tive medo de uma abelha, ela parecia olhar para mim como se estivesse a sorrir.
Parecia que ela acompanhava a melodia da minha voz cantarolando músicas que ainda não tinha escrito.
Uma família de abelhas aproximou-se de mim e comecei a dançar com elas rodopiando o meu vestido e com um sorriso radiante que sabia porque aquele enxame de abelhas estava ali perto de mim.
Quando olhava para aquela abelha em específico dava-me impressão que tinhas encarnado nela, era dócil, linda com um ferrão bem comprido que poderia fazer-me mal, mas tu tinhas decidido que só estavas ali para fazer-me o bem.
Consolar-me com a natureza, dar-me o tempo de não ter medo de viver, não ter medo de não ter-te por perto. 
É tão bonito o brilho que consegues trazer-me, um brilho que só tu possuis.
Não acreditava em mais nada apenas naquele momento de felicidade temporário e quando te foste embora, fiquei a pensar em ti, nunca mais consegui tirar-te da minha mente, nunca mais quis deixar de viver um único segundo sem importando em que figura poderias estar. 
Eras a minha abelha da sorte.

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