Distante da mente


Passamos tanto tempo á procura de uma resposta para o sofrimento que nos rodeia.

Eu achei que era forte o suficiente, invencível o suficiente ao ponto de pensar que era inquebrável, que talvez me tornaria fria como um cubo de gelo.

Cada perda destroí-me mais um pouco, leva de mim mais um pedaço da minha história, da minha infância, de cada gargalhada dada no momento certo, de todas as vezes que procurei conforto para guiar-me.

Perdi tanto e voltei a perder, perdi o mundo inteiro, perdi mais uma oportunidade de poder partilhar mais memórias.

A vida é passageira e cada vez faz mais sentido dar-me certas prioridades até parar para perceber o que realmente é importante porque o meu amanhã nunca será garantido.

Nem Deus sabe se amanhã estarei aqui para continuar amar, para continuar a lutar e para dar-me o prazer de concluir todos os meus planos de vida.

Tenho medo do futuro, tenho medo de não conseguir suportar a dor, o sofrimento e choro de todos sem podermos abraçar-nos, beijar-nos nem que seja estar por perto.

Tenho medo que sintam o que eu e os meus estamos a sentir talvez a pior solidão de todas, não é apenas uma perda, é um murro de solidão que abateu no coração de todos.

Cada um sofrendo de uma forma diferente, focando a sua dor no que sabem fazer de melhor ou até mesmo estando quietos no silêncio da nossa mente.

Hoje conseguimos estar em sintonia com o silêncio e a decepção como se estes dias cinzentos nunca mais fossem ser ultrapassados.

Poderia tentar focar na esperança, esperança que tudo vai ficar bem, de ser positivo, fortes e levantarmos a cabeça, mas tudo isso é difícil quando todos nós encontravámos força em alguém.

Alguém que nunca mais poderemos procurar por um conselho, esse alguém que sabia dizer o certo no tempo certo. 

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