Areia vermelha

Naquele dia, estava um tempo chuvoso, lembrava-me tão bem do último dia que choveu nesta pequena cidade.
As estradas eram cobertas por areia vermelha, amava sentir o cheiro da chuva naquela terra molhada, dava-me vontade de ir dançar na chuva, e cobrir os meus pés com aquela lama.
Observava a correria das pessoas lá fora abrigando-se da chuva, principalmente as mulheres que vendem a fruta na rua.
Fico a pensar como a vida deve ser dolorosa e comida porque estando chuva ou sol, elas estão ali para ganhar o ganha-pão.
Encontro beleza no trabalho da minha vizinha da frente que trança o cabelo das meninas/senhoras para irem para o trabalho ou escola arrasarem com os seus novos penteados.
São horas de dedicação que valem a pena.
Cada desenho feito naquelas cabeças traz uma história de sobrevivência, vitórias e perdas.
As tranças para nós fazen parte de uma cultura muito forte de pessoas que lutarem muito para hoje eu estar aqui 
Acreditem não é apenas um penteado.
Os meninos jogavam á bola na chuva descalços, não havia nada tão bonito como ver o que era correr cheios de liberdade, e nem se preocupavam em que estado regressariam á casa, mas de certeza ainda teriam de ouvir os ralheres das mães.
Na mistura do cheiro da chuva, sentia o cheiro de bombo a ser feito como um bom petisco para uma casa cheia, e ainda poder desfrutar de uma Cuca bem gelada.
O dia era chuvoso, mas mesmo não perdíamos alegria de estar com o nosso povo e ver os hábitos da minha terra.

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