A verdade é que...



A minha garganta estava seca demais para dizer-te que não queria que voltasses mais.
A verdade é que tenho medo, medo que me vejas enquanto adormeço e te apaixones pela minha serenidade.
Tenho medo de ouvires deitar a minha alma para fora enquanto canto e queiras ficar mais um pouco para ouvir.
Tenho medo que queiras que escreva a nossa história de amor quando faltam-me todas as palavras e adjectivos para poder descrever o que realmente aconteceu.
Não posso perder-me no teu olhar com o meu coração quebrado enquanto estou á espera que não te percas nos meus olhos, e queiras ficar ficar vidrado observando cada vez que eu pisco os meus olhos.
Tenho medo que me toques e eu goste o suficiente para nunca esquecer-me e sentí-lo quando não estiveres aqui.
Tenho medo de beijar-te e não querer beijar mais outra boca por apenas pensar na tua, e não saber se realmente desejas a minha.
É verdade mesmo que tente adormeço com a tua imagem no pensamento, ali naquele exacto momento, eu estou contigo, estou sorrindo para mim e enchendo todas as minhas expectativas sabendo que eu posso magoar-me.
Mesmo que deixasse de ter medo, eu não deixaria de ser quem sou e querer respirar o mundo da única forma que eu sei fazer: amando.
Eu sei amar, mas não sei lidar com um coração partido, uma identidade que mais parece uma assombração.
Gostaria de pelo menos ver a sua forma, mas só o tempo poderá revelar.
Não te sinto por perto, e tento dizer-me que não tenho saudades tuas, mas a paixão teima em ser desonesta com o meu ego e diz-me que sim, eu tenho saudades tuas, eu não consigo guardar-te num lugar profundo porque o meu medo insiste em ter-te por perto.
O medo que impede de não aproveitar como deveria porque eu não quero quebrar de novo como um espelho que perde a sua utilidade e deve ser substituído por um novo.
Eu não quero ser substituída, na verdade, até quero estar aqui.
Quero ser tua plena e feliz.

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