Limbo



As nuvens estavam cinzentas carregadas de água, estavam um vento frio que fazia com que deixasse de sentir os dedos dos meus pés, os meus lábios estavam roxos e para a minha grande sorte perdi o último autocarro da noite.
Sentia frio e desolada por estar sozinha ás tantas da noite, tentei mandar-te uma mensagem e ligar-te, mas não tive sucesso. Eu pensava que quando eu precisava de ti tu não estavas ali.
A minha casa ficava distante da cidade e decidi ir a pé para casa pensando no medo e na quantidade de malucos que poderiam estar aí á solta.
Á caminho passou um carro no meio da estrada fazendo sinais de luzes que ilumizavam o meu corpo molhado pela chuva que já havia apanhado, e que coincidência!
Eras tu! Enquanto, eu carregava raiva de estar sozinha, ir a pé, ter apanhado chuva, apareceste tu, eu não saberia se haveria de agradecer-te ou perguntar-te o que estavas ali a fazer e discutir contigo, só porque sim!
Entrei no carro sem fazer muitas perguntas e pedi-te para levares para casa, encostaste o carro e disseste que sentias-te distante,carente e perdido.
Na verdade, queria estar distante de ti mesmo quando tu concentravas o olhar no meu e nós estavamos numa confusão de sentimentos que já sabíamos que não fazia muito sentido procurarmos um pelo outro.
Não demorou muito para o meu corpo parecer que estava a pegar fogo, que as tuas mãos estavam a volta do meu pescoço enquanto brincavas com o meu coração.
Desapertaste-me o soutien sem qualquer dificuldade e deixavas a tua respiração quente fluir entre os meus seios, arrancaste-me as cuecas vermelhas de renda que tinha comprado ontem, eu pensei no dinheiro que gastei com elas, mas ao mesmo no prazer que proporcionaste quando as tiraste.
Desejava não parar por ali, queria descarregar a minha raiva por ti e ao mesmo tempo libertar a tesão que estava concentrada nos nossos pontos essenciais.
Lá estava eu nua no banco de trás do teu carro a viver mais uma aventura, mais uma dança na nossa pista de dança, mais uma loucura da qual iremos sempre recordar.
Eu tinha a certeza que não poderia ficar muito tempo do teu lado que a única coisa que queria era esclarecer-te o que sentimos debaixo de uma manta, dentro de um carro, um elevador ou num jardim isolado parecia que não tenho um rumo certo contigo e quando penso nisso é tarde demais.
É tarde por estar envolvida com a tua pele, o teu suor, o teu sorriso malandro, esse olhar que conta-me histórias e essa voz que canta-me músicas ao ouvido.

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