Drunk and Blind


Tenho andado embriagada para não sonhar demasiado alto com um futuro próspero que dá medo, e ao mesmo tempo um vazio espalhado pela imensidão da minha mente.
Aprendi uma vida inteira a olhar para frente sem pensar nas tempestades que iriam chegar.
Prometi a mim mesma que nunca mais seguiria a viagem que sempre desejei, mas tem dias, horas e momentos que dão-me a certeza de que é isso que tenho de fazer.
Havia um espaço onde eu poderia estar sem parecer louca ou que tinha de provar algo a alguém, mas fartei-me dessa vida de tentar provar que todos estavam errados.
Esqueci-me tantas vezes de ser egoísta e deixar-me ser empurrada para essa vontade de caminhar no escuro sem rumo.
Alguém deu-me as ferramentas necessárias para livrar-me dessa embriaguez que está a consumir-me pouco a pouco, tudo o que não queria voltou, toda a minha fraqueza que fazia ranger os dentes e destruir os meus ouvidos entre os gritos e as pancadas na parede.
Tudo em mim parece ficar bem quando eu sei que vivo sozinha, estou onde poucos precisam, onde poucos desejam e onde poucos preferem ouvir, onde muitos desistem da vontade de querer-me no seu meio.
O meu céu está encoberto de histórias mal contadas e fins que vieram sem príncipios.
Vou descobrir um mundo para além do que já tenho, irei fotografar e imaginar como seria um mundo podendo eu ser a fotógrafa e não aparecer em retratos que não pertencem.
Tenho uma viagem longa para fazer onde o meu nome terá impacto na vida de muitos.
Tive um sonho de estar vestida de branco correndo por um campo cheio de rosas brancas, orquídeas e amores-perfeitos, sim, são as flores que mais amo e elas deram-me força de correr com vontade para alcançar o paraíso. 

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