Mamã!!!

Uma mulher elegante, clara como o seu nome, forte e sorridente!
Era a minha avó, a que sempre chamei de mamã, podia não ser uma pessoa rica materialmente, mas era rica de personalidade.
Lembro-me de ela agarrar minha mãe sempre que ia buscar á escola e dava sempre um mimo que era mais um estrago para meus dentes, mas ficava toda feliz com uma pastilha ou um rebuçado.
Sempre que chegava a casa dela ela fazia chá de limão com uma sandes de manteiga oumista, ou amendoim, ou geleia de morango, juro que aquela sandes caía tão bem que não havia como reclamar.
Tudo o que ela cozinhava era um paladar tão único, viver ali era meu aconchego, vivia pobre, mas tão feliz.
Ali aprendi a ser criança tinha um mato em frente de casa para correr, tinha estrada para jogar ao jogo do queimado com raparigas que hoje são mulheres, a Jéssica Mendes, Janete ferreira e Ana margarida.
Joguei muito as escondidas, brinquei as bonecas, caí muito em ortigas ou lavas e levei porradas de mangueira também.
Tenho saudades de ir com ela a feira dos ciganos comprar fruta lembro que ela levava sempre um carrinho verde  tropa ás riscas azuis também de comprar pantufas nos chineses, tenho saudades daquele olhar dela que ás vezes parecia que ria com os olhos.
A minha felicidade lá era quando ela dava leite em pó que a segurança social dava juro sentia-me realizada não havia melhor coisa na vida.
Mas a minha avó ficou doente, a minha segunda mãe, todos os dias tentei ter paciência visto que ela ficou com Alzeihmer e doença de Parkinson, tentei nunca maltrata-la ou que ela se sentisse sozinha, mas por vezes atrofiava porque ela já falava as mesmas coisas, chamava muitas vezes e não sabia porquê. Só quem vive isso todos os dias sabe que não é fácil.
Infelizmente, ela faleceu o ano passado as últimas imagens que tenho dela é que na manhã em que varria o quarto dela onde ela estava acamada ela sorriu para mim porque os miúdos que minha mãe tomava conta faziam muito barulho.
Á noite tinha 112 do lado do telemóvel eu tentar reanimar e ver a minha mamã morrer.
Agora não sei quando voltarei a ver, mas sou feliz também graças a ela!

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